quinta-feira, 23 de junho de 2011

Master Clube Recanto do Galo desenvolve e apoia futebol feminino

Fotos Juvenal Moreira
O Master Clube Recanto do Galo, através do seu departamento de desporto, firmou parceria com a o Professor Jony Coimbra, responsável pelo fomento do Futebol Feminino no  Município de Três Lagoas. O Professor Jony, está realizando seus treinamentos na praça de esporte do clube e recebe total apoio do Presidente Jurandir da Silva Ribeiro.
O início da prática do futebol feminino em Três Lagoas, começou com muitas dificuldades, porém algumas permanecem até os dias atuais. As mulheres sempre tiveram dificuldades em se impor quando o assunto trata de igualdade entre os gêneros, pois historicamente a nível de mundo sempre foram vistas como um ser frágil e dependente, com poucas oportunidades para provar o contrário. Apesar da influência significativa que o futebol tem na cultura brasileira, a figura da mulher sempre se apresenta de forma tímida e oprimida, como comprova o Decreto-Lei 3.199 de 1941, vigente até 1975, que para as mulheres proibia a prática de futebol. Quando as mulheres resolveram "brigar" por igualdade e se agregarem ao futebol, este esporte já estava bem firmado pela sociedade machista e se encontrava em uma fase que o profissionalismo já havia sido aceito. Portanto, o futebol era visto como um esporte determinantemente masculino, "futebol é coisa para homem", devido à postura que os atletas deveriam assumir.



Carta de um cidadão a Getúlio Vargas

[Venho] Solicitar a clarividente atenção de V. Ex. para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, Sr. Presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar esse esporte violento, sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que dispoz a ser mãe... Ao que dizem os jornais, no Rio, já estão formados, nada menos de dez quadros femininos. Em S. Paulo e Belo Horizonte também já estão constituindo-se outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que, em todo o Brasil, estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol, ou seja: 200 núcleos destroçadores da saúde de 2.200 futuras mães que, além do mais, ficarão presas de uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes (José Fuzeira, carta datada de 25/04/1940 In - SUGIMOTO, Luiz. Eva futebol Clube, 2003).
    Esta carta mostra a preocupação de um cidadão, e foi como uma "premonição", pois poucas décadas depois, no início dos anos 80, 200 times aguardavam a liberação e oficialização do esporte no Brasil, pela CND, que teve que garantir que pretendia oficializar, pois já reconhecia que a prática já havia se tornado popular pelas mulheres (BRUHNS, 2000).

Curiosidade:



Quem pensa que futebol feminino é novidade, está muito enganado. Inglaterra e Escócia foram os personagens da primeira partida de futebol entre mulheres, em 1898, em Londres.
No Brasil, a primeira partida de futebol feminino foi realizada em 1921, em São Paulo, onde enfrentaram-se os times das senhoritas catarinenses e tremembeenses.
Mas o que hoje é tão normal para nós levou muito tempo para ser conquistado. Em 1964, o Conselho Nacional de Desportos - CND proibiu a prática do futebol feminino no Brasil. Levou tempo para mudar essa situação. A decisão só foi revogada em 1981. E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas. O Brasil ficou com o quarto lugar, a mesma colocação que obteve nas Olimpíadas de Sydney, em 2000

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